sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Solto

Não há dia em que não fale (como é que eu te faço calar?).
Às vezes parece que lhe falta o ar de tanto que tem para dizer (porque é que não medes as palavras?)
A sua voz é estridente (porque não andaste na terapia da fala ou em aulas de dicção?)
Por vezes apetece-me mandá-la calar. Mas remeto-me ao silêncio.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

As palavras e os seus problemas

Ao som dos Smiths, claro!

Um aglomerado de letras, melhor, uma palavra disse: raios, tenho um problema! Uma outra respondeu, cheia de vontade de saltar para a ribalta: mas afinal o qual é o teu problema? Vai ao psicólogo, eles são a cura do século XX! Uma outra, mais tímida (os tímidos quando falam só dizem coisas acertadas), acrescentou, aborrecida: estamos no Século XXI minhas grandes bestas!
Pois o problema da primeira é que não se entendia com nenhuma das outras duas, nem com outras demais, que nem personagens chegam a ser nesta história sem fio. E o que se faz quando as palavras têm um problema? Uma terapia conjunta como esta. Une-se, reune-se uma à outra de modo a que forçosamente se entendam, elas estão aqui escondidas, com caras aborrecidas e cheias de maus modos para com quem as obriga a co-existir. É uma espécie de castigo. A sua tutora pergunta-se agora, quando farão as palavras as pazes?
E elas respodem com maus modos no dia de são nunca à tarde.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

solto

O texto da vida dela ao som dos Broken Bells.
A tristeza era absolutamente inspiradora, tão simplesmente porque na tristeza há um caminho para algum lugar, há um efeito compensador qualquer, cujo conteúdo desconhecemos, mas que trilhamos para conquistar um outro estado. Uma outra coisa. Ela era assim. Meio caminho para o inexplicável e um outro caminho para a banalidade que nos é comum a todos.
Vai escrever para sarar a fome.
Vai partir pratos para compensar a raiva.
Vai ser humana para melhor viver com todos.
E o que fica?

segunda-feira, 12 de julho de 2010

segunda-feira, 24 de maio de 2010

«Ser motor»

Ao fim de alguns anos de vida adulta cheguei a uma conclusão: sou um motor. E que quererá dizer isso?

Creio que há pessoas que nasceram para estar por trás da cortina, outras à frente e, outras ainda, que estão num plano intermédio, que corresponde ao "fazer acontecer" (expressão estranha esta se pensarmos bem). É onde estou. Ser motor é fazer com que as coisas aconteçam, reunindo as pessoas e escolhendo correspondências. E isto aplica-se no trabalho, claro, mas principalmente na vida pessoal, nas relações com as pessoas e a forma como gerimos o nosso tempo.

As vantagens de «ser motor» é que se prova o melhor gosto de ser um líder natural (sem ambições de o ser, ainda assim), e ser líder é tomar decisões, tentar adaptar as situações às pessoas, ou vice-versa. Um líder acaba por se habituar mal, porque na maior parte das vezes as coisas acabam por ser feitas à sua maneira e quando é contestado sente o sabor da injustiça, porque geralmente quem o contesta não propõe alternativas.

Um dia li algures que os líderes são sempre pessoas solitárias, apesar de reunirem muita gente à sua volta.

Por vezes acontece um certo cansaço, aqueles que estão por trás da cortina nem sempre se apercebem o quão desgastante é tomar decisões a toda a hora, em prol de um grupo de pessoas, ou de uma só até. E seguem descomprometidas, despreocupadas, desprendidas, à espera que alguém lhes tome a decisão de suas vidas.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Surf #1

Amanhã entro na água às 8,30. O nível do meu surf ainda é tremendamente artesanal, mas penso que nunca é tarde para se começar a fazer uma actividade que nos move. Á água move-me de alguma maneira, onde ainda não há palavras para concretizar. Mas saberei fazê-lo.
O fim de semana parece muito maior quando acordo ao Sábado de manhã cedo. E dormir já não se me afigura o melhor para se fazer com dois dias sem trabalho.

Fotografia de Brian Bielmann , fotógrafo dedicado a estas coisas da água!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

mini-post #12 - Tive uma ideia

Todas as manhãs ao subir as escadas para apanhar o comboio em Belém olho para a esquerda e vejo os progressos das obras para o futuro Museu dos Coches. Quem dera que tivesse tido esta ideia há mais tempo: todas as semanas vou fotografar aquela área e perceber a sua evolução até estar pronto!