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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O que se vê em Marte #37


Foi com alguma expectativa que finalmente vi o hype do momento! Slumdog Millionaire, do mesmo realizador de Trainspotting gerou em mim "high expectations". Com toda a controversia que tem crescido à volta do filme, principalmente junto da crítica especializada, e em oposição com demonstrações de afecto exacerbado junto do público em geral. Sinto-me um pouco dividida quanto a este filme.
Gosto da estética, da imagem, da montagem, do som, dos actores, gosto da história.
Mas depois começo a pensar no filme e acho-o...estratégico. E, pronto, ganhou o óscar. Ok!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O que se vê em Marte #35



Revolutionary Road




O que me ocorre sobre este filme?

Qual é a linha entre um sonho se concretizar e obdecer a uma realidade impositiva?
A fronteira entre o sonho e o capricho, mesmo a infantilidade...
Achei este filme muito...literário. É quase teatro. Depois de Diamantes de Sangue, continuo a achar que Leonardo Di Caprio se tornou actor. Bom, quanto a Kate Winslet, sempre o foi.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O que se vê em Marte #34

Ontem fui ver os Mogwai à Aula Magna. E fiquei mais ou menos sem palavras. Deixo um vídeo.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O que se vê em Marte #33



Um fim de semana chuvoso como o que passou convida a uns filmes e umas séries. Quanto a filmes vi:




The Curious Case of Benjamin Button





O primeiro apontamento que me ocorre sobre este filme é que nos vence pelo cansaço. Foi tão divulgado, é tão supostamente oscarizavel que qualquer um de nós parece pecador por não o ter visto ainda.

Cedi.

O segundo apontamento é que não gostei deste filme.

O conto de Scott Fitzgerald deve ser fantástico, original, bem escrito. Já li o Grande Gatsby, pelo que não dúvido. Isto para dizer que me agrada a ideia original. Mas esta adaptação é fria, arrastada, sem brilho. Mantem uma linha demasiado superficial para o propósito. A dimensão humana está de tal ordem ausente do próprio filme que julgo ser essa a grande falha aqui. E mais, não me admira que apesar de ter várias nomeações para os Óscares, Brad Pitt não seja uma das escolhas da Academia. Tenho dito.



Para contrapôr...
Vicky Cristina Barcelona





Quem me conhece sabe que sou há muito fã de Woody Allen, apesar dos últimos filmes, com excepção do sempre mencionado Match Point, serem um pouco mais fracos.

O excepcional em Woody Allen é ele estar sempre presente nos filmes; e haver, das mais variadas formas, um elemento de contemporaneidade absoluta e constante; elemento esse que nos leva a identificar-nos com a sua obra; eu pelo menos.
Vicky Cristina Barcelona leva-me a duas primeiras conclusões muito a quente. Scarlett Johansson fica tão bem com Woody Allen! E Espanha foi tão bem captada pelo realizador.
A trama segue uma linha curiosa de descoberta de nós próprios quando ansiosos por novas realidades vamos dar a um mesmo sítio, a nós. E Barcelona e Javier Bardem e Penélope Cruz "latinizam" o filme, digamos talvez que o "Europeízam", e isso traz tanto de estético quanto de conceptual.
Gostei bastante deste filme.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O que se ouviu e viu em Marte em 2008

Vejo tantas listas por aí do melhor que houve em 2008 e penso que também devia fazer uma para mim. Mas uma lista mais breve, mais sintética, sem preconceitos.

Melhor álbum de 2008: Portishead - Third. É surpreendente esta minha escolha, de facto. A primeira vez que ouvi Third tive uma violenta reacção de repulsa, mas fui voltando a ele. E todos os dias ouvi mais um bocadinho até conhecer este álbum de trás para a frente.
Tantos anos de expectativa não ajudaram, configurava um álbum dentro do simbolismo do trip-hop e surgiu outra coisa. Despidos os pré-conceitos mapeei a nova música dos Portishead e surpreendi-me. E por dar tanta luta, por ter voltado a ele e continuar a apreciá-lo este foi o melhor álbum de 2008 em Marte.

Melhor concerto de 2008: O ano que passou foi rico e cheio de bons concertos. É complicado escolher um, aquele que se destacou, até porque foi um ano em que vi concertos que queria muito ver: Portishead, Cat Power, Feist, Kings of Convenience, Chemical Brothers, Franz Ferdinand, Madonna, Thievery Corporation, Sigur Ros, Gotan Project (para citar alguns exemplos). Mas, não querendo ser injusta para com todos os outros, aquele que se destaca foi o concerto de Leonard Cohen. Tal como na altura disse, foi sublime. Nunca tinha ouvido um som tão limpo, tão perfeito e uma voz tão única. O Melhor.

Melhor série de 2008: Apesar de nunca ter revelado por estas bandas, sou uma grande consumidora de séries e como tal posso aqui destacar entre as várias que vi em 2008, a melhor: Mad Men! Se cá existe o Conta-me Como Foi, nos Estados Unidos, numa escala obviamente diferente há o Mad Men. A trama gira à volta do mundo da publicidade na América dos anos 60. E mais não digo. Aguardo ansiosamente a terceira série.

Melhor filme de 2008: Território mais complexo o do cinema, neste momento ocorre-me apenas um filme e chama-se Juno.

E agora tenho que pensar no melhor livro que li em 2008. Ups...hard task!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O que se vê em Marte #32


«A"Valsa com Bashir" é um dificílimo exercício na corda bamba que se desequilibra a espaços mas que ganha tensão à medida que as viagens e as conversas de Folman vão descobrindo até onde a sua memória foi reprimida, para nos deixar, no final, a fazer a pergunta que o próprio realizador se deve ter feito às tantas: como foi possível ter esquecido? O mais duro não é que Folman faça a pergunta: é a resposta que lhe dá.» Jorge Mourinha in Público

A estética do filme aliada à dura história que é retratada foi a combinação que mais me impressionou.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

O que se vê em Marte #31



Gotan Project @ Campo Pequeno
Os bilhetes esgotaram rapidamente, para enorme tristeza minha, que geralmente costumo estar atenta às lides musicais. Não consegui nos dias que se anteciparam accionar nenhum contacto que me arranjasse um lugar no Campo Pequeno, não consegui bilhetes de última hora. Nada. Que tristeza não ver o tão anunciado último concerto de Gotan Project em Portugal, última digressão de sempre (não sei as motivações da banda, mas parece-me que não será a última digressão).

Uma hora antes do concerto ainda tentava arranjar bilhetes, mas sem sucesso. Mas nestas coisas é mais facil os contactos accionarem-se por si próprios do que nós a eles, e foi assim que fui ao concerto de Gotan Project. Recebi uma mensagem inesperada: "Queres vir ao Concerto? Despacha-te estamos no Campo Pequeno".

Ora bem, Os GP eram uma das minhas grandes falhas no que diz respeito a bandas ao vivo, pelo que perder esta oportunidade seria "a big mistake". Tenho obviamente uma postura muito céptica em relação a esta banda, por um motivo muito simples, depois da explosão do Tango Electrónico decidi que não poderia ficar por aqui e naturalmente o GP não são únicos. E este género musical despertou o meu interesse. Na Argentina e na América do Sul em geral, proliferam os projectos de Tango Electrónico, alguns superiores em qualidade e mais honestos na sua mensagem. Não chamo desonestos aos GP, apenas há quem seja mais genuíno na junção do Tango e da Música Electrónica, o que parece estar absolutamente na moda no lado de lá do Atlântico. Os GP são a face comercial deste novo ritmo, desta nova tendência. Gostaria de ver em Portugal projectos como ElectroTango, Tanguetto ou os Bajofondo Tango Club. Bandas que gozam de um enorme sucesso na Argentina e arredores, e não tanto na Europa. Ao contrário dos GP verdadeiramente rostos de sucesso no Velho Continente, talvez por estarem sediados em França. Sendo muito criticados do lado de lá do Atlântico.

Quanto ao concerto, tenho a dizer que foi limpo, profissional, com todos os ingredientes que tanto o Tango, como a música electrónica pedem. Teve ritmo e, principalmente, teve um alinhamento que respeita a relação que a banda construíu com o seu público. Quero com isto dizer, que os Gotan Project não vieram tocar o álbum novo, mas o seu reportório, não esquecendo os alicerces sobre os quais construiram a sua reputação. Tocaram "Queremos Paz" (abertura do espetáculo), "Vuelvo al Sur", "Una Música Brutal", e a música mais forte do álbum novo "Diferente".

Mas nada surpreendeu e é disso que uma pessoa que tem uma postura crítica em relação à música pede. Hoje em dia é díficil fazer diferente, é difícil surpreender os cépticos. É isso que peço, que me surpreendam.

Ainda assim, digo, foi um concerto brutal, tal como a música.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O que se vê em Marte #30



Sigur Ros @ Campo Pequeno


É difícil para mim ir à procura de palavras que me ajudem a descrever o que esta banda me provoca. Tinha uma enorme vontade de ver os Sigur Ros em 2008, um ano cheio de concertos (em Dezembro faço uma lista), não só porque sabia que ia ser um dos melhores, com o maior impacto em mim, como porque o momento é de ouvir Sigur Ros, o que quer que isso signifique (na verdade, qualquer momento é propício para ouvir A banda).

O Campo Pequeno foi uma boa escolha para o concerto, é uma sala diferente do Coliseu, onde ultimamente tenho ouvido concertos com mau som. Ainda assim não sei se o Coliseu não terá mais "onda" para receber os SR.

O concerto foi irrepreensível. Não há muito mais palavras que o possam descrever, faltaram as minhas músicas preferidas, mas com alguns álbuns na sua carreira não podem tocar tudo e isso compreendo. Gostei do alinhamento, muito coerente, muito orgânico. Gostei como começou, arrepiante, e como acabou, igualmente arrepiante.

O problema do concerto foi o público. O público de Sigur Ros vulgarizou-se, pelo que não entendem que se deve respeitar a banda até ao último acorde, até ao último suspiro de Jónsi Birgisson apenas no silêncio. As palmas são uma demonstração de apreço por uma banda, reconhecimento, mas neste caso acredito que as palmas são desnecessárias nos momentos exactos em que é mais importante ouvirmos o que os Sigur Rós têm para nos "dizer", porquê interromper com palmas?

Vi muitas pessoas neste concerto com uma postura completamente descontextualizada, dançavam e batiam palmas como se estivessem num concerto de Bob Sinclair, obviamente que cada um tem a postura que entende, mas a meu ver e não só, é uma postura que não cola com a música desta banda nem com um público que os acompanha desde sempre.

Um dos concertos da minha vida? Sem dúvida. E quero vê-los mais. E ouvi-los mais.

Foto: Blitz.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O que se vê em Marte #29 (dose quadrupla)

Com o fim da silly season (finalmente!) chegam os programas mui culturais, dos quais queria dar conta no blogue mas não tenho tido tempo. É engraçado que o tempo é uma constante presente, é uma pertença maleável; mas ultimamente tenho tido alguma dificuldade em malear o tempo à minha medida.



Doc Lisboa 2008 @ Culturgest e afins...

Como já vem sendo hábito, em Outubro o Mundo Inteiro cabe em Lisboa, este ano não tive disponibilidade para me dedicar ao Doc como habitualmente, vi essencialmente documentários sobre fotografia (Robert Frank, Conversations in Vermont & Raymond Depardon, Les Années Déclic) e um fabuloso documentário português sobre um movimento artístico de nome Homeostética, deixo-vos a sinopse: "Documentário sobre o movimento Homeostética, que surgiu em Lisboa nos anos 80 e foi constituído pelos artistas Fernando Brito, Ivo, Pedro Portugal, Pedro Proença, Manuel João Vieira e Xana. Utilizando o humor como estratégia de demarcação crítica, a Homeostética manteve sempre uma posição marginal de fortes influências Dadaistas e desenvolveu uma intensa produção que resultou em exposições, textos, manifestos, filmes, concertos e outras performances colectivas. Discretos nas suas realizações e desprezando olimpicamente a sua própria glorificação, os homeostéticos perderam em visibilidade externa o que vieram a ganhar em modo de existência. Para eles o sentido da vida encontrava-se na criação artística e a criação artística, por sua vez, permitia-lhes inventar novas possibilidades de vida."



Roisin Murphy @ Coliseu dos Recreios





Depois da toada explosiva no Optimus Alive em Julho passado, esperava um pouco mais deste concerto. Estou em crer que só ouvi realmente 3 músicas com atenção, uma vez que passei o resto do concerto a conversar. O ambiente convidou-nos. O resto da noite foi dada ao insólito, mas isso será tema para outros posts.



Bernardo Sassetti @ Jardim de Inverno São Luiz



Este sábado fui ver o Bernardo Sassetti ao São Luiz e foi uma experiência única. Ouvi o concerto de olhos fechados e apenas ouvi. Foi muito bom.


E para terminar uma semana cultural...



Porque não Paris?
Porque todos estremecemos perante momentos decisivos.
E agora porque não Lisboa? Afinal Lisboa mexe ao ritmo da Cultura e vou atrás porque sou apaixonada...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O que se vê em Marte #28


O verdadeiro ensaio à estupidez...americana. Acutilante, mordaz, de rir...

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O que se vê em Marte #25



Caramel ou no original Sukkar Banat




O filme mais feminino que vi em 2008, sem dúvida. Cheio de pormenores e verdades acutilantes. O Líbano parece tao longe e no entanto temos tanto em comum, no fim, provavelmente temos todos mais em comum do que em divergência. Curioso saber que no Líbano há Católicos Apostólicos Romanos, estranha combinação.

A quem não viu aconselho vivamente.

domingo, 27 de julho de 2008

O que se vê em Marte #28




Kings of Convenience @ Cidadela de Cascais 24.07

"Ouvir os Kings of Convinience em disco ou vê-los ao vivo é a mesma coisa e outra completamente diferente ao mesmo tempo. O paradoxo apenas existe para quem ainda não assistiu a um concerto do duo norueguês (assumindo-se cartesianamente que já ouviu os seus dois álbuns, claro). Para quem esteve na Cidadela de Cascais, porém, a antonímia da ambivalência esvai-se assim que nasce. Porque foi o que aconteceu no sétimo concerto do Cool Jazz Fest; que está de volta este fim-de-semana. 


Ouviu-se a música suave que a calma das duas guitarras e a tranquilidade das vozes de Erlend Oye e Eirik Glambek transmitem ao longo de «Quiet Is the New Loud» e «Riot on an Empty Street» e, também, o tom ligeiramente mais mexido (pouco mais ligeiramente) do que será o terceiro álbum de originais. E essa suavidade nunca deixou de estar presente. Mas houve um contraponto. Da mesma forma que Glambek tem preponderância na condução das músicas, Oye domina as atenções no palco - e não é só a cabeleira ruiva que já se intromete com os óculos imagem de marca. 

«Cayman Islands», «Love Is No Big Truth» ou «I Don't Know What I Can Save You From» já tinham exibido a primeira tendência. O primeiro imprevisto trouxe a segunda. O bom humor é comum a ambos, mas a demora em chegar o capo para a guitarra lançou Oye para uma performance além da música. «Singing Softly to Me» foi obrigada a anteceder «Homesick», mas mudar o alinhamento na hora não foi algo que embaraçasse. Pelo contrário, foi tão-só um preliminar do improviso a que Glambek e Oye recorreram de forma assinalável, com o ruivo deles como centro.

Um «Corcovado» genuíno e outro surreal 


Mais três novas canções e os dois instrumentos de cordas passaram a quatro - e as aparições pontuais do piano deixariam também depois de ser a excepção. Às guitarras dos dois reis juntaram-se um contrabaixo e um violino como suporte e «Stay Out of Trouble» deu início ao primeiro show improvisado de mouth trumpet de Erlend Oye - agora o contraste vincado com as cordas, mas ainda apenas outro prenúncio. 

Nova série de novidades terminou abruptamente com a guitarra de Oye estragada tal foi o reconhecido entusiasmo de batuques que escaqueiraram o microfone. Novo (re)alinhamento, pois não havia outra guitarra e o trompete humano foi ganhando dimensão sonora e... coreográfica. Mas foi «I'd Rather Dance With You» que trouxe o melhor improviso, desta vez ao piano, quando a falta de segunda guitarra já tinha deixado o plano das inconveniências. 

A grande surpresa de Eirik Glambek ficou guardada para o encore. Sozinho, mesmo que não o tenha ficado muito tempo - voltou ao palco para ter o som da sua guitarra como único acompanhamento da voz com que cantou em português «Corcovado» de Tom Jobim. E nem a aparição de Oye para o seu encore (não com o inglês da versão de Sinatra, mas com um último improviso que entrou no surreal poético) chegou para interromper a suavidade de novo depositada na forma última de «Misread»."


In Diário Digital

terça-feira, 22 de julho de 2008

O que se vê em Marte #27

Para quem gosta de aproveitar a so called silly season sem ser na praia, há vários programas citadinos como opção. 

Sendo que temos o CCB Fora de Si, o Jazz no Rossio, o Pleno Out Jazz, ou mesmo o Jazz na Gulbenkian (que só começa em Agosto). Sigam os links para ver as respectivas programações. 

Este Domingo decidi ir ao Anfiteatro Keil do Amaral ouvir  Jazz sentada num puff. Acho que não havia melhor programa para relaxar. E recomendo vivamente!

domingo, 20 de julho de 2008

O que se vê em Marte #26

Leonard Cohen @ Passeio Marítimo de Algés 

Numa palavra: sublime. 

do Lat. sublime

adj. 2 gén., excelso; nobre, muito elevado (no sentido moral); perfeitíssimo; excelente; grandioso;
poderoso; majestoso; encantador; magnífico; esplêndido; s. m., o mais alto grau de perfeição; a perfeição do belo; o que há de mais elevado nos sentimentos, nas acções; aquilo que é sublime.

Lisboa preparou uma noite amena para receber o Senhor Leonard Cohen; a temperatura estava perfeita, como uma brisa muito suave, digna de uma noite com a de ontem, muito ao género português, que perante coisas muito sérias porta-se sempre muito bem.

O Senhor Leonard Cohen é figura de digno respeito, cujo lugar na História da Música do Século XX é inegável e para aqueles cuja existência gira muito à volta da música, como a minha, não poderiam perder um espetáculo destes.

A sua voz irrepreensível, a par da banda que o acompanha, ofereceram a um público maioritariamente adulto 2 horas e meia de extâse perante a presença de tamanho vulto musical. A limpidez do som - não tinha ouvido este ano tamanha perfeição e o alinhamento foram ingredientes para uma noite única.

Gostei muito de ver Leonard Cohen e orgulho-me de ter este Senhor no meu curriculum musical. 

Como cheguei uns minutinhos atrasada, o concerto começou pontualmente às 9, perdi esta música, pelo que a relembro em vídeo. 





segunda-feira, 14 de julho de 2008

O que se vê em Marte #25



Optimus Alive - Passeio Marítimo de Algés

Posso afiançar com toda a certeza que vi dois dos melhores concertos que aconteceram este fim de semana para os lados de Oeiras/Alges. Roisin Murphy - que energia inesgotavel! E The Gossip, concerto que tinha falhado no ano passado no Super Bock Super Rock, com Beth Ditto à cabeça de uma banda cheia de energia; o dito evento musical acabou em apoteose com parte da audiência em cima do palco a cantar e dançar Standing in The Way of Control.

O Senhor Bob Dylan, apesar da sua importância na história da música, não me convenceu. Nunca gostei de sua voz, mas posso dizer que já vi Like a Rolling Stone ao vivo. O Senhor Neil Young ao que parece prestou um digno tributo à música, mas tive que abdicar pela tenda electrónica onde assisti aos concertos que referi em primeiro lugar.

No primeiro dia falhei, com enorme pena minha, The National e MGMT, mas outras oportunidades surgirão.

E para terminar o festival um concerto de Ben Harper.

Havia tanto para dizer sobre Ben Harper...mas não temos tempo.

Acho que há 10 anos o Ben Harper estava completamente em alta, num meio indie, pouco dado a multidões. De lembrar que deu um concerto se não estou em erro em 1995 na Aula Magna (o lugar dele) e 5 anos mais tarde no Coliseu. Com a entrada no novo século e Ben Harper na moda, na minha opinião, e sublinho, na minha opinião, entrou numa fase descendente, depois do álbum ao vivo que o tornou galactico.
Continua a ser um artista tremendo, profissional, grande músico. Mas a fórmula que me encantava há uma década continua a ser a mesma, pelo que abandonei o concerto ao final de meia hora. Já vi o senhor 3 vezes e esta quarta não traria nada de novo.

Apesar da poeira, o Optimus Alive está aí para ficar, fazendo concorrência feroz ao Super Bock, Super Rock.

terça-feira, 24 de junho de 2008

O que se vê em Marte #24

Cinema em casa. O que de interessante tenho visto nos últimos dias...







E depois há sempre, claro, uns filmes que não vale a pena referir, como no dia em que decidii dedicar-me a comédias românticas, pronto admito, eu não estava bem!

quinta-feira, 12 de junho de 2008

O que se vê em Marte #23




Feist @ Aula Magna

Ontem, dia de jogo, dia de bloqueio (não se falava noutra coisa), dia quente, foi também, e principalmente, dia de concerto, há muito aguardado. A Aula Magna que rebentava pelas costuras, com a temperatura elevada - suspeitas de ausência de ar condicionado, recebeu Leslie Feist.
Com três álbuns de originais e um de remisturas, suspeito que os ouvintes tugas têm na ponta da língua (e das palmas também) os fantásticos The Reminder e Let it Die, recheados de canções saborosas, simples e tão cheias de tudo.
Apetece-me arriscar dizer que foi um dos melhores concertos da temporada, depois das elevadas expectativas com Portishead e Cat Power, apesar de todos incomparaveis entre si, este foi aquele que realmente me encheu as medidas.
Também me apetece arriscar que este será um concerto recordado por aqueles que lá estiveram como especial, único, tão simples e bonito. 
Não sou grande fã da Aula Magna como sala, mas ontem fui. Foi a sala aproriada, o público a apropriado para uma Feist estupenda, profissional, explosiva, intíma, enfim... quem lá esteve sabe do que falo!
Foi o concerto certo no momento certo, cheio de pormenores de encher o olho e o ouvido. E no fim até cantámos o malhão, malhão para a cunhada de Leslie Feist, luso-canadiana, que à distância de um telefonema ouvia o público português em extâse com a simplicidade e o sentido de humor desta cantora.

Nota musical: estavam presentes na Aula Magna pessoas importantes do panorama musical português tais como, Mazgani, um elemento dos Dead Combo e até David Fonseca.

Foto tirada do Blitz, onde se pode ler uma crítica bastante boa.

E aqui fica o vídeo de Inside & Out, para quem não conhece :)



terça-feira, 27 de maio de 2008

O que se vê em Marte #22



Cat Power @ Coliseu dos Recreios

Há muito tempo que esperava pelo momento de ver esta senhora subir ao palco do Coliseu dos Recreios.
Gostei muito deste concerto, muito intímo. Acho que o Coliseu foi uma sala grande demais para a voz desta senhora que me lembra espaços pequenos e introspectivos.
Que voz. Que presença!

Foto do Blitz (onde tem uma crítica muito boa)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

O que se vê em Marte #21



O Festival de Glastonbury é um dos maiores do mundo. E quando se fala em "maior", tudo é realmente numa dimensão diferente do que acontece em Tugal.
Durante um fim-de-semana de Junho, desde há 30 anos, a localidade de Glastonbury é palco da maior concentração de excentricidade e boa música do mundo.

Olhar para um Festival fora de portas e pensar nos Festivais que se realizam por estas bandas é comparar o incomparavel. Todos os Festivais em Portugal têm uma grande máquina de marketing por trás, que os move e os arranca do mundo exclusivo ao qual eles deviam pertencer, a música. Em Glastonbury não se vêem marcas. Vê-se música e pessoas que queres passar um bom fim-de-semana. É bom ver estas coisas para abrir os olhos!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

O que se vê em Marte #20




Masurca Fogo - Pina Bausch @ CCB 7.05.

Este espectáculo foi criado há exactamente 10 anos em e para Lisboa. Não sei muito sobre a sua história, para além disto. Foi também utilizado no filme Habla con Ella de Pedro Almodovar.

O filme diz com o ínicio e o fim do espectáculo, ou seja ficam bem. Da mesma forma que diz com Lisboa. Os contrastes, o fado, com Alfredo Marceneiro e Amália e o jazz com KD Lang. Até tem para o ouvido mais incauto uma fantástica versão de Kraftwerk - The Model.

A dança contemporânea parece-me sempre como um motor de busca, onde podemos encontrar definições soltas, de interpretação livre do mundo moderno. 
Como qualquer outra expressão artística vejo a dança como mais interventiva e aberta a livres 
definições.
Gostei de Masurca Fogo, não só porque gosto de Dança, mas porque gosto de Lisboa e de cinema e 
música e tudo o resto.