sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Solto

Não há dia em que não fale (como é que eu te faço calar?).
Às vezes parece que lhe falta o ar de tanto que tem para dizer (porque é que não medes as palavras?)
A sua voz é estridente (porque não andaste na terapia da fala ou em aulas de dicção?)
Por vezes apetece-me mandá-la calar. Mas remeto-me ao silêncio.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

As palavras e os seus problemas

Ao som dos Smiths, claro!

Um aglomerado de letras, melhor, uma palavra disse: raios, tenho um problema! Uma outra respondeu, cheia de vontade de saltar para a ribalta: mas afinal o qual é o teu problema? Vai ao psicólogo, eles são a cura do século XX! Uma outra, mais tímida (os tímidos quando falam só dizem coisas acertadas), acrescentou, aborrecida: estamos no Século XXI minhas grandes bestas!
Pois o problema da primeira é que não se entendia com nenhuma das outras duas, nem com outras demais, que nem personagens chegam a ser nesta história sem fio. E o que se faz quando as palavras têm um problema? Uma terapia conjunta como esta. Une-se, reune-se uma à outra de modo a que forçosamente se entendam, elas estão aqui escondidas, com caras aborrecidas e cheias de maus modos para com quem as obriga a co-existir. É uma espécie de castigo. A sua tutora pergunta-se agora, quando farão as palavras as pazes?
E elas respodem com maus modos no dia de são nunca à tarde.