quinta-feira, 17 de abril de 2008

...de se escrever.


Acontece apetecer-me saltar para cima das teclas e desatar às palavras, do género, como se não houvesse amanhã. Mas afigura-se-me um exercício difícil porque tenho de pensar no que devo escrever, e de quando em vez, nada me ocorre.
Hoje penso de forma simples em organizar palavras à chuva e pensar em "consciência de língua". Tenho um artigo na Visão para ler sobre o acordo ortográfico; na tv ouço que é melhor não tomar aquele caminho, o "jornalista" diz-me "é um percurso que deve DE evitar"; na TSF o locutor fala que um fulano "entreteu-se" com não sei o quê; e ainda na tv a pseudo-jornalista das notícias dos famosos diz, sem o menor pingo de vergonha naquela cara, que se dúvidas "haviam" quanto à nova gravidez de Angelina Jolie deixaram de haver (qualquer dia é deixaram de "haverem" não?).
Eu cá não sei o que pensar about Acordo Ortográfico. Faz-me um bocado de comichão que os Portugueses nem saibam conjugar o verbo haver em condições. não têm consciência de língua, lá está, quanto mais receberem uma avalanche de alterações no seu mais precioso património.
Em última análise, o acordo ortográfico não muda grande coisa, os países lusófonos adaptaram à sua cultura e necessidades a língua mãe, e não se afigura que este acordo venha alterar o que quer que seja, já que a incompreensão que possa ocorrer não advém da grafia, mas da construção gramatical das sentences e dos termos próprios de cada país.

Há dias diziam-me que não posso ser tão “pé atado”, que o meu bisavô escrevia farmácia com ph. É quase a mesma coisa, vou passar a escrever "correto", "minissaia", "ator".
No fim, acho que há uma fronteira muito ténue entre ser old fashioned e querer preservar o património cultural. Uma fronteira muito ténue entre aceitar uma quase modernidade e achar que essa modernidade não faz muito sentido.
Mas atenção, ainda não li o artigo da Visão. Li outros.



11 comentários:

Mónica disse...

desatar às palavras e antes que elas desactem do acordo?

Mónica disse...

gosto da tua provocation :DDDDDDD

Martini disse...

Qual provocation?:P

Mónica disse...

ok eu corrijo: provocation

Martini disse...

You speak english ou vous parlais français?

^:)

Unknown disse...

eu devo ser muito quadrada... ora porque carga de água somos nós que temos que escrever mal??? Ora vamos lá ver... quem é que os descobriu? e os brasileiros falam tão mal, escrevem como falam... horrivel, vergonhoso... e eu agora tenho que deixar de escrever como aprendi para escrever mal????
Pois é Martini, agora até tu vais ter dificuldade em corrigir as pessoas eheheheh

Martini disse...

Agora ja nao vao dizer que engoli um dicionário quando nasci :(
A minha vida vai perder o meaning :P

Unknown disse...

Vai ser lindo... e que grande confusão, Isto vai ser demais o facto é esse mesmo... ou será fato???? SOCORRO...

I disse...

É fácil concordar com a tua opinião, o novo acordo ortográfico vai transformar a língua portuguesa dos nossos dias, escrita e falada por portugueses, em qualquer coisa “esteticamente” pouco apelativa. Pode ser um erro porque molda a língua oral à escrita e não o contrário. Bem, também não podemos ter a veleidade inocente de pensar que não estão “acordos” económicos na motivação, nomeadamente com o Brasil.
Outra coisa é pensar que somos nós, portugueses de Portugal que “os descobrimos”, que falamos e escrevemos bem. Afinal de contas, impingimos noutras terras e entre outras coisas uma língua. Talvez fosse positivo deixar finalmente de parte um certo colonialismo saudosista.
De resto, gosto muito do português de hoje e, tal como tu, preferia mantê-lo assim. É característica humana a resistência à mudança.

Beijinho

Mónica disse...

ó velhos do restelo :D que mau aspecto! e com tanta criança a morrer de fome

Mónica disse...

português mal e porcamente