domingo, 18 de novembro de 2007

O que se vê em Marte #7



No cenário urbano-depressivo de Manchester, Ian Curtis vive no limbo entre a banalidade e a procura por fazer o que o satisfaça. É assim que começa Control, Ian fuma um cigarro e ouve Ziggy Stardust, o álbum de 1972 de David Bowie. Com uma série de referências musicais, para além de Bowie, Jim Morrison, Sex Pistols, Iggy Pop, Buzzcocks ou Echo and the Bunnyman, Control fala mais de Ian Curtis, do que de Joy Division, uma das bandas que despoletou a cena de Manchester. É a era pós-punk, à qual sem saber, Curtis pertence.

O filme é descarnado, como já vi escrito. É fotográfico, coerente com o próprio fotógrafo e realizador de video clips Anton Corbijn, que em entrevista ao Ipisilon diz não perceber muito de cinema. O filme é Inglaterra late 70’s, earley 80’s, ainda que sem referências, sem imagens de tv, sem Margaret Tatcher, sem os evidentes sinais de pobreza daquela época.
Mas é essencialmente Ian Curtis mais humano, que mito, relegando os planos dos mitos para os media, que os constroem e por vezes acabam, também, por destruí-los.


Sem comentários: