sexta-feira, 28 de março de 2008
O que se vê em Marte #14 - O trip hop saíu à rua
Portishead 27.03 @ Coliseu dos Recreios
Para quem acha que o trip-hop foi um dos movimentos musicais mais importantes dos anos 90, este era de certeza um dos concertos mais aguardados do ano.
Com o novo álbum (ilegalmente) já no ouvido, um ouvido que se fez mais contemporâneo e menos agarrado à sonoridade dos 90, recebemos num Coliseu completamente esgotado a banda de Bristol.
A expectativa era tão completamente elevada que nem nos apercebemos que nada poderia superá-la e, na verdade, foi isso que aconteceu. Apesar de um bom concerto, uma Beth Gibbons irrepreensível, nada surpreendeu. E o que mais se fala é a falta de rodagem que a banda acusa, contrapondo o resultado muito positivo que as novas músicas têm ao vivo.
O público português teima em utilizar as palmas e os assobios ao mínimo esgar, ao primeiro acorde de um grande clássico. Cansativo. Bem como o uso do telemovel e máquinas fotográficas, como se o importante do concerto fosse o dia seguinte em que vai figurar um vídeo caseiro daquele momento especial no youtube.
Roads foi especial. Assim como Glory Box. Mas já se esperava.
O que mais me surpreendeu foi Beth Gibbons, confirmando ser a alma da banda. A sua voz, à qual nunca prestei grande reverência, mostrou-se singular e, apesar da sua frágil figura, a ideia que fica é que ela é tão forte e tão marcante.
Apesar de tudo gostei muito do concerto. A diferença é que é mais um para o curriculo e quando me perguntarem se fui a Portishead no Coliseu direi com naturalidade que sim. A diferença é que se tivesse sido arrebatador não me cansaria de o sublinhar.
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1 comentário:
depois do chili, eis aqui outro sofisma, tou sempre a aprender!
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