Tenho uma vizinha muito simpática, cada vez que a vejo limita-se a dizer-me bom dia ou boa tarde. Sim porque há vizinhos que uma vez apanhados no elevador ou em qualquer outra parte pública do prédio decidem reflectir em voz alta sobre a metafísica do nada. Às vezes acho que não vivo neste prédio, nem tenho os vizinhos que tenho, tal é a surrealidade que lhes encontro. Há um que cada vez que o vejo pergunta-me pela escola; ele, na verdade, nunca me viu mais gorda mas decidiu que eu hei-de andar para sempre na escola. Questiono-me o que perguntará às crianças, como vai a creche? Já outro deve padecer de alguma fobia que só anda de elevador sozinho, dias houve em que ia entrar no elevador e o simpático senhor levantou uma mão proibindo a minha entrada. A primeira vizinha de quem falei, simpática sim, sempre que a encontro apetece-me inquiri-la. Mas não consigo porque a senhora realmente não deve gostar de socializar com os vizinhos. A questão é que a senhora vive por cima de mim e todo o santo dia de manhã arrasta móveis de madeira na cozinha. Já dei voltas à cabeça para tentar perceber porque o faz, mas nada com sentido me ocorre (enquanto escrevo este post esse mesmo som acontece). Não sei o que me irrita mais se esse som ensurdecedor todas as manhãs e sem explicação, se aquele que acontece com os vizinhos de baixo que durante a semana de madrugada chamam um ao outro, na versão feminina: meu rei leão, meu rei leão, meu rei leão, ou na versão masculina: minha jane, minha jane, minha jane.
2 comentários:
brilhante!!!! ó martini que predio tão animado :DDD
arrastar os moveis n será daquelas camas q se fazem e desfazem de manhã?? na cozinha é estranho... ou então arruma a mesa e depois abre-a só nos momentos de ir comer (acontece isso em casa da m mae qdo há visitas e há q abrir e fechar a mesa... n há vizinhos por baixo :DD)
detesto essas metafisicas do nada (grande expressão!!!) então no centro de saude ou na segurança social uuuiii n há pachorra
É cá uma animação!! Noutro dia cheirava a gás no prédio inteiro, mas como ninguém fazia nada cá em casa decidimos chamar a lisboa gás. Como fui eu que chamei, fui eu que andei com o senhor a verificar tudo o que é possível verificar para saber se não há fugas de gás. O vizinho do 4º andar que deve ser votado como o mais impopular do bairro inteiro decidiu dar um ar de sua graça porque acha que manda em todos nós! Como o senhor nasceu parvo perguntou-me:"Não estás a alucinar com o cheiro a gás". (O sr. deve ter uns 50, não é um sócio qualquer). Bem, respondi-lhe logo que tinha tomado uns ácidos antes de lançar o alarme!
Este prédio é só histórias. Acho que vou fazer uma rúbrica só com histórias relacionadas com o dito!
Enviar um comentário