terça-feira, 10 de junho de 2008

Febres - várias partes


Os últimos dias têm sido febris, não só pelo calor que se tem feito sentir, dando evidência ao novo clima que o aquecimento global nos proporciona nos dias de hoje, com a relação estreita entre Verão e Inverno; mas também com o bloqueio dos camionistas, o Campeonato Europeu, ou mesmo as declarações do nosso Presidente da República. Ora vamos por partes.

I parte: em relação ao clima nada me apraz proferir, uma vez que de joelho imobilizado, incapacitada de usufruir da minha mobilidade, não posso aproveitar o sol e veraneios anexos a ele. 

II parte: no que ao bloqueio dos camionistas diz respeito eu cá só digo wait and see, com uma morte nesta história que ira figurar numa reportagem dos Perdidos & Achados daqui a uns anos, suspeito que dias quentes se aproximam, dado a gravidade que o bloqueio está assumir, afectando variados sectores que ao quotidiano de todos nós diz respeito. 

III parte: a febre do euro tem contornos curiosos; se por um lado o futebol é o único factor realmente mobilizador do povo português o que se traduz num povo triste, patético, atrasado, pouco criativo (ou nada mesmo)  e sem quaisquer outros elos; por outro acho que nos devemos congratular por haver qualquer coisa que nos una, que nos mobilize. Percebe-se provavelmente que me sinto dividida. De qualquer forma eu vibro por Portugal como provavelmente não vibro pelo meu clube. A razão não a encontro, mas sozinha não me sinto. 

Hoje vi uma conferência de imprensa da selecção, onde falaram jogadores e respectivo seleccionador. Gosto de Scolari por ele ter um discurso que não se identifica com o "futubolmente" correcto. Quando se aborrece com um jornalista, aborrece; quando não gosta de uma pergunta, contesta. É autêntico e isso confere-lhe um certo mérito (cá do meu ponto de vista). Já os futebolistas, apesar de terem aprendido o Presente do Conjuntivo, não conseguem alinhar três ou quatro palavras que não sejam completamente previsíveis e que na verdade não acrescentem nada de novo. Ouvir um jogador de futebol falar é tão enfadonho e sonolento, todos gostam do mister, todos querem um lugar na equipa e estão a trabalhar para isso, todos acham que o Cristiano Ronaldo pode arriscar ou apostar na continuidade. O "futubolmente" correcto é deveras chato. Se bem que prefiro que eles sejam alternativos e criativos em capo. Enfim não se pode pedir tudo.

IV e última parte: Aníbal Cavaco Silva, legítimo e eleito Presidente da República, referiu-se ao dia de hoje, como o dia da raça. Onde estaria com a cabeça, questionei-me. O senhor Luís de Camões deve ter dado umas voltinhas lá no sítio onde está, por ter sido desconsiderado. Apesar de terem sido segundos até o Senhor Silva se ter apercebido que não devia de todo ter dito o que disse. 

2 comentários:

Pedro Cordeiro disse...

Mesmo de joelho enfaixado, continuas em forma, miúda. Acutilante e observadora. Certeira. Um beijo!

Martini disse...

Ora muito obrigada pelo elogio! :)