segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

...de se escrever #9

Costuma dizer-se que fulano tal está à sombra da bananeira, como quem diz que nada faz de útil para ele ou para outrém. Tem piada como as expressões populares adquirem um sentido por si próprias, percorrem um caminho entre as nossas bocas e quase que vivem de uma reputação. Eu sinto-me à sombra, mas curiosamente não da bananeira.
Ora, deviamos ter variações das próprias expressões e neste caso seria "fulano está à sombra dos pensamentos", ou algo semelhante.
Podemos alargar o painel expositivo de expressões populares e pegar no ditado quem tudo quer tudo perde. Então e a ambição? E a conquista? E o percurso para se atingir as coisas que queremos? Sinceramente acho que devia ser "Quem tudo quer sem reflectir, tudo perde sem perceber". Ainda dentro do grande tema ditados populares, costuma dizer-se que mais vale um pássaro na mão que dois a voar. Então e os pássaros a voar não são muito mais bonitos a preencher o céu do que pousados nas nossas mãos? Que coisa mais desconfortável um pássaro na mão. Devia ser mais vale ver um pássaro a voar num fantástico céu azul do que num dia de chuva! E assim toda a gente ficava mais feliz. E perdia-se o sentido todo da expressão anterior.
Para finalizar esta pequena reflexão sem sentido sobre ditados populares lembro-me de um muito curioso: calças brancas em janeiro, sinal de pouco dinheiro. Vão lá dizer isso ao Karl Lagarfeld que ele dá-vos logo uma resposta pronta. As opções de moda ficam com cada um. Eu proporia uma alteraçãozita: Calças curtas em janeiro, sinal de frio no perneiro!
Isto tudo porque ele há ditados populares que me irritam com alguma solenidade e apesar de ser sabedoria popular, pela qual tenho muito respeito, nem sempre correspondem à verdade. Mas, presunção e água benta cada um toma a que quer.

Sem comentários: