O primeiro apontamento que me ocorre sobre este filme é que nos vence pelo cansaço. Foi tão divulgado, é tão supostamente oscarizavel que qualquer um de nós parece pecador por não o ter visto ainda.
Cedi.
O segundo apontamento é que não gostei deste filme.
O conto de Scott Fitzgerald deve ser fantástico, original, bem escrito. Já li o Grande Gatsby, pelo que não dúvido. Isto para dizer que me agrada a ideia original. Mas esta adaptação é fria, arrastada, sem brilho. Mantem uma linha demasiado superficial para o propósito. A dimensão humana está de tal ordem ausente do próprio filme que julgo ser essa a grande falha aqui. E mais, não me admira que apesar de ter várias nomeações para os Óscares, Brad Pitt não seja uma das escolhas da Academia. Tenho dito.
Para contrapôr...
Vicky Cristina Barcelona
Quem me conhece sabe que sou há muito fã de Woody Allen, apesar dos últimos filmes, com excepção do sempre mencionado Match Point, serem um pouco mais fracos.
O excepcional em Woody Allen é ele estar sempre presente nos filmes; e haver, das mais variadas formas, um elemento de contemporaneidade absoluta e constante; elemento esse que nos leva a identificar-nos com a sua obra; eu pelo menos.
Vicky Cristina Barcelona leva-me a duas primeiras conclusões muito a quente. Scarlett Johansson fica tão bem com Woody Allen! E Espanha foi tão bem captada pelo realizador.
A trama segue uma linha curiosa de descoberta de nós próprios quando ansiosos por novas realidades vamos dar a um mesmo sítio, a nós. E Barcelona e Javier Bardem e Penélope Cruz "latinizam" o filme, digamos talvez que o "Europeízam", e isso traz tanto de estético quanto de conceptual.
Gostei bastante deste filme.