quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Notícia de último hora: António de Oliveira dá voltas na tumba

O tema deste post ocorreu-me esta tarde, quando pelas ruas de Lisboa transportava a minha avó, cuja a idade respeitosa a afastou, nos últimos anos da realidade; pouco conversa, ou discute sobre temas da actualidade, qualquer coisa que era em si natural noutros tempos.
Ora, o seu comentário no mínimo surpreendeu-me:

Já me viram?! Agora a cara deste homem está em todo o lado!

Este homem é o Salazar e, de facto, está espalhado em cartazes de paragens de autocarro por toda Lisboa. A campanha publicitária do Correio da Manhã é no mínimo caricata, poderia arranjar muitas outras qualificações, por ora fico aqui.
Tendo como chavão "Faça o seu próprio retrato" é no mínimo confuso olhar para os vários cartazes, uns onde o senhor aparece de lábios pintados de verde e cabelo azul, outros com lábios vermelho vivo e cabelo sabe-se-lá-o-quê.
Gostava de ter uma explicação do criativo que fez esta campanha acontecer. Qual é a ideia? Tornar o Salazar numa figura pop? Será que o cabelo azul e os lábios vermelhos tornam a pessoa mais cinzentona de sempre, numa figura simpática hoje em dia? Para quê "fazer o meu próprio retrato" se não me consigo esquecer que há paragens de autocarro com uma imagem de homem retrógado que imprimiu o obscurantismo a este país, desta feita todo pintalgado com corres garridas, a lembrar a estética do Andy Warhol. Qualquer dia põe o senhor a dançar no Lux ou a 
a beber uns copos com a malta no Bairro Alto. E fazem o slogan "Salazar é amigo da malta"!
Se isto servir para o senhor dar umas voltas lá onde ele está, porque certamente não concordaria com este tratamento pós-moderno, ah isso deixa-me muito satisfeita. Da mesma forma que muitas voltas deve ter dado quando foi eleito (um verbo que devia desconhecer) o Maior Português de Sempre.
Se ele desse umas voltas de raiva e outras tantas qualificações isso já me deixava satisfeita.
Agora Salazar Pop Star, isto sim é uma anedota, uma contradição tremenda! 
Em última análise esta campanha serviu o propósito: vender uns livros (mais uns) sobre o dito senhor, e por umas quantas pessoas a falar de cores de lábios e cabelos que eram a preto e branco.



terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O que se vê em Marte #11


Vamos por isto em termos muito simples: este foi o melhor filme que vi no cinema nos últimos tempos. Ok tenho ido pouco ao cinema. Mas o filme é muito bom. Mesmo.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Mini-post #2

Ora, segue uma sondagem de opinião (ah como eu ansiava utilizar esta expressão tão...eloquente). Vá lá votem faxavor, não custa!

Mini-post #1

A cerimónia dos óscares foi a mais sensaborona e arrastada que vi. Deu para ver um episódio do Lost enquanto entregavam os prémios, era só olhar para o ecran da tv para perceber se estava de facto alguma coisa de emocionante a acontecer.

Um vídeo por dia...#13

Era esta música dos Smiths que eu falava...
Stop me stop me oh stop, stop if you think you've heard this one before...
Esta música é de 1987, enjoy!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Coisas do mundo da música

Quem gosta destas andanças da música, já se deve ter apercebido que Portugal tem recebido os maiores artistas do mundo nos últimos anos, recebendo tudo o que está na berra desde o mais alternativo ao mais comercial. Passámos de país periférico que recebia uns concertos de vez em quando, a país obrigatório em qualquer digressão que se preze (isto até podia ser um recado aos Radiohead, mas a esperança é a última a morrer).
Senão vejamos, com a diversificação dos festivais de verão, Super Bock, Super Rock, Optimus Alive, Paredes de Coura, Sudoeste e não nos esqueçamos do Festival das famílias: o Rock in Rio, a necessidade de trazer nomes grandes torna-se numa obrigação. Para além dos festivais, temos cada vez mais concertos em nome próprio durante o ano. Mal começámos a pré-temporada festiva e já temos em lista nomes como Portishead (esgotado, eu vou), The Cure (esgotado, não vou), The National (ainda não sei se vou), Cat Power (eu vou), Feist (eu vou); ou concertos mais pequenos de nomes promissores como Caribou e Raveonettes no Santiago Alquimista, entre outros. Já para não falar dos recentes anúncios dos festivais, sendo que aquele que me causa mais perturbação é a presença de Amy Winehouse no Rock in Rio. Já aqui falei da minha predilecção por esta cantora. Apesar de não morrer de amores pela exposição que tem tido nos últimos tempos e por ser considerada a "cantora do momento". Na altura em que saiu o álbum (Maio do ano passado) quase ninguém aqui no rectângulo reparou no poder da sua voz, mas agora que é presença habitual em tablóides pela sua vida boémia cheia de excessos de consumo de álcool e drogas, já é a cantora do momento.
Gostava de ver a Amy, mas não sei se ela chega cá por isso não vamos deitar muitos foguetes antes da festa. Gostava de a ver, mas acho que ela se enquadrava mais num outro festival que não o Rock in Rio, e ainda por cima no dia do Alejandro Sanz que deve ser a 18º vez que cá vem. Não? A segunda? Terceira? Ah está bem.
Foi pena a Música no Coração (Super Bock, Super Rock) não a ter agarrado, ou mesmo a Everything is New (Optimus Alive). Ou porque não arriscar e trazê-la ao Coliseu. Agora Rock in Rio que desgosto!
De qualquer forma, apesar de todos os dias sabermos de concertos novos programados para a época veraneante, não percebo onde é que o tuga vai buscar dinheiro para concertos tão caros. Qualquer dia temos que pedir um subsídio ao
Socras para a educação musical. Sim, porque ir a um concerto é educação musical. Ninguém me tira essa ideia.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Conversa de balneário

Personagens princiapais: M e S
Personagens secundárias: Eu
Figurantes: pessoas que não perceberam que uma conversa interessante estava a acontecer.


M: Oh S! Vou fazer um jantar lá em casa e prometi-lhes que era leitão. Onde é que eu vou arranjar agora um leitão?

S (contentíssima por lhe darem importância): Ah! M, Leitão bom é o de Negrais!

É verdade, penso eu.

M: Ai a minha vida! Vou lá eu agora a Negrais! Tem que ser uma coisa rasca e perto!

Há ali para cima o Pateo dos Leitões, penso eu, mas não me prenunciei.

S: Ai assim mais perto não estou a ver.

M: Vai-se a ver não faço jantar nenhum de leitão, invento outra coisa qualquer!
Acho aquilo tudo horrível, é tudo uma pedofília suína.


E foi nesse momento que passei de figurante a personagem secundária quando a minha gargalhada se tornou tão audível que foi partilhada pelas personagens principais. Ele há com cada uma! Pedofília suína, onde é que já se viu?!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

O que se vê em Marte #10


Apesar de não ter uma especial aptência para musicais, com excepção de All That Jazz e talvez o Chicago, gosto muito dos filmes do Tim Burton. Ora, é mais forte gostar do Tim Burton do que a minha antipatia por musicais.
Ontem vi Sweeney Todd, o terrível barbeiro de Fleet Street. Gostei dos elementos timburtianos, da Londres decadente e industrial, bem fotografada, bem encenada. Serve o propósito.
Mas por mais esforço que faça não sou capaz de gostar do elemento musical do filme, é demasiado impositivo, as vozes não colam com a música. Esperava mais inovação timburtiana do que um Sweeney Todd previsível como este. É maior a tristeza por não gostar de um filme deste senhor. A sério que é.

Um vídeo por dia...#12

Achmed the Dead Terrorist.
Aconselho a todos verem este vídeo, está genial! :)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Quando eu ainda era uma criança...



Por sugestão da Manhã, aqui segue uma listinha (que difícil de escolher) de algumas músicas/albuns que ouvi na juventude/adolescência.
A minha adolescência coincidiu com os anos 90, e como não era muito dada a modas eis a razão de constarem duas bandas dos anos 60 e outra que começou a sua actividade nessa época e a prolongou por mais duas décadas. The Doors, Beatles e Pink Floyd. Gosto por razões muito diferentes destas bandas, mas têm mais em comum do que se possa pensar: todas elas iniciaram qualquer coisa de muito importante na música.
Com a minha fixação, na época, por música brasileira, não podia deixar de lado o Tom Jobim.
E, finalmente, alguma coisa do meu tempo. Primeiro Ben Harper com as suas letras tão invulgares e melodiosas; Portishead e o estrondoso impacto que tiveram os seus dois álbuns na altura; as melodias melancólicas de Jeff Bukley acompanham sempre bem adolescentes perturbados. Com os Pearl Jam passei pelo Rock de Seattle (nunca fui grande fã de Nirvana). E, finalmente, os Radiohead com aquele que é considerado um dos melhores álbuns de todos os tempos, e certamente, o melhor dos anos 90: Ok Computer. Ouvi-o à exaustão, e hoje ouço quase com o mesmo prazer, continua a ser tão bom como o foi em 1998.


Dever cumprido, passo esta missão aos meus amigos: I, Huckleberry Friend e MJM

E sugiro: podiamos fazer o mesmo para a actualidade!

sábado, 9 de fevereiro de 2008

World Press Photo




O vencedor do terceiro prémio do World Presse Photo deste ano, na categoria de Sports Action, é português e chama-se Mário Barreira. Esta foto chamou muito a minha atenção, acho que está fantástica.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

"Will we receive without ever asking?"

Será possível o desejo nunca acabar? Como se fossemos um misto de tudo que não tem um fim, de tudo quanto é perene. Poderá haver qualquer coisa no patamar da indefinição, que nos impele a mover-nos sempre pelo mesmo, sem nunca abandonarmos o sentido, o propósito.
O que é isto que me faz continuar no mesmo movimento?
É abraçar o sentido das coisas com a convicção da certeza. É sabê-lo. Mas saber não basta. Como se faz para o movimento não parar? Não quero que pare, mas muitas vezes tenho dificuldade em correr atrás dele, para que não ande à minha frente. Quase que parece que fico sem fôlego, mas sem desistir vou continuar a correr. Procurei durante tanto tempo um movimento que agora que o encontrei não posso desistir. 
E sei que mais cedo ou mais tarde vou ter sem sequer pedir. É uma questão de persistência.