O tema deste post ocorreu-me esta tarde, quando pelas ruas de Lisboa transportava a minha avó, cuja a idade respeitosa a afastou, nos últimos anos da realidade; pouco conversa, ou discute sobre temas da actualidade, qualquer coisa que era em si natural noutros tempos.
Ora, o seu comentário no mínimo surpreendeu-me:
Já me viram?! Agora a cara deste homem está em todo o lado!
Este homem é o Salazar e, de facto, está espalhado em cartazes de paragens de autocarro por toda Lisboa. A campanha publicitária do Correio da Manhã é no mínimo caricata, poderia arranjar muitas outras qualificações, por ora fico aqui.
Tendo como chavão "Faça o seu próprio retrato" é no mínimo confuso olhar para os vários cartazes, uns onde o senhor aparece de lábios pintados de verde e cabelo azul, outros com lábios vermelho vivo e cabelo sabe-se-lá-o-quê.
Gostava de ter uma explicação do criativo que fez esta campanha acontecer. Qual é a ideia? Tornar o Salazar numa figura pop? Será que o cabelo azul e os lábios vermelhos tornam a pessoa mais cinzentona de sempre, numa figura simpática hoje em dia? Para quê "fazer o meu próprio retrato" se não me consigo esquecer que há paragens de autocarro com uma imagem de homem retrógado que imprimiu o obscurantismo a este país, desta feita todo pintalgado com corres garridas, a lembrar a estética do Andy Warhol. Qualquer dia põe o senhor a dançar no Lux ou a
a beber uns copos com a malta no Bairro Alto. E fazem o slogan "Salazar é amigo da malta"!
Se isto servir para o senhor dar umas voltas lá onde ele está, porque certamente não concordaria com este tratamento pós-moderno, ah isso deixa-me muito satisfeita. Da mesma forma que muitas voltas deve ter dado quando foi eleito (um verbo que devia desconhecer) o Maior Português de Sempre.
Se ele desse umas voltas de raiva e outras tantas qualificações isso já me deixava satisfeita.
Agora Salazar Pop Star, isto sim é uma anedota, uma contradição tremenda!
Em última análise esta campanha serviu o propósito: vender uns livros (mais uns) sobre o dito senhor, e por umas quantas pessoas a falar de cores de lábios e cabelos que eram a preto e branco.
Ora, o seu comentário no mínimo surpreendeu-me:
Já me viram?! Agora a cara deste homem está em todo o lado!
Este homem é o Salazar e, de facto, está espalhado em cartazes de paragens de autocarro por toda Lisboa. A campanha publicitária do Correio da Manhã é no mínimo caricata, poderia arranjar muitas outras qualificações, por ora fico aqui.
Tendo como chavão "Faça o seu próprio retrato" é no mínimo confuso olhar para os vários cartazes, uns onde o senhor aparece de lábios pintados de verde e cabelo azul, outros com lábios vermelho vivo e cabelo sabe-se-lá-o-quê.
Gostava de ter uma explicação do criativo que fez esta campanha acontecer. Qual é a ideia? Tornar o Salazar numa figura pop? Será que o cabelo azul e os lábios vermelhos tornam a pessoa mais cinzentona de sempre, numa figura simpática hoje em dia? Para quê "fazer o meu próprio retrato" se não me consigo esquecer que há paragens de autocarro com uma imagem de homem retrógado que imprimiu o obscurantismo a este país, desta feita todo pintalgado com corres garridas, a lembrar a estética do Andy Warhol. Qualquer dia põe o senhor a dançar no Lux ou a
a beber uns copos com a malta no Bairro Alto. E fazem o slogan "Salazar é amigo da malta"!
Se isto servir para o senhor dar umas voltas lá onde ele está, porque certamente não concordaria com este tratamento pós-moderno, ah isso deixa-me muito satisfeita. Da mesma forma que muitas voltas deve ter dado quando foi eleito (um verbo que devia desconhecer) o Maior Português de Sempre.
Se ele desse umas voltas de raiva e outras tantas qualificações isso já me deixava satisfeita.
Agora Salazar Pop Star, isto sim é uma anedota, uma contradição tremenda!
Em última análise esta campanha serviu o propósito: vender uns livros (mais uns) sobre o dito senhor, e por umas quantas pessoas a falar de cores de lábios e cabelos que eram a preto e branco.