quinta-feira, 29 de maio de 2008

De se ler...



Esta tarde, depois de ter assistido ao Portugal no seu melhor numa bomba de gasolina, decidi que tinha um óptimo tema para o blogue, e como tal, era só chegar a casa e alinhar as palavras. Pior é que a chegada a casa ainda demorou umas horas, tendo um hospital como o maior empecilho para a conclusão do meu dia.
Caí no ginásio, curiosamente não foi a fazer exercício, mas a vestir-me. Escorreguei. Queda que poderia ser motivo de risota, caso não tivesse sido tão aparatosa. Em poucas palavras, o meu pé foi para um lado, o joelho para outro. Minutos depois de estar no chão senti o joelho a ir ao lugar. 
Nestas coisas há sempre motivos de piada, claro. Tal como 60% das pessoas, neste caso, mulheres, estarem nuas a socorrem-me, fazendo elas próprias uma piada sobre isso. E uma vez chamado o INEM, vestiram-se à pressa não fossem os senhores entrar por ali a dentro. Piada!
Depois ter ingerido uns 4 pacotes de açucar continuava a sentir-me quase inconsciente, mas mantive sempre a postura, não chorei, e ainda consegui gozar com o senhor do INEM, que tinha uma dificuldade estranha em completar as palavras.
Na ambulância o trepidar da Rua de Pedroços até ao Hospital São Francisco Xavier criou-me o maior desconforto no joelho possível imaginário.
A aventura começa claro, no hospital. E essa sim, digna de nota.
Sair de uma ambulância é realmente qualquer coisa que se deve recordar para todo sempre, como se estivesse no pódios dos eleitos para a mulher do dia no hospital; desiludiram-se os mirones, que não havia sangue.
Não sei de onde vem a minha aversão a hospitais, acho que deve ser comum a muitas pessoas, mas sinto um tal desconforto num hospital que tudo me impressiona. É claro que não poderia visitar tão agradável recinto sem ter direito a tudo, desde um senhor com um enfarte, a uma criança com uma fractura exposta, até a uma médica a dar a notícia a uma senhora expectante e muito emocionada, que o marido tinha tido não só um avc, como uma grave infecção urinária.
E eu estava ali na maca só por causa do joelho.
O raio-x demorou a eternidade de meia hora, e a consulta com o médico que era giro que se farta outra meia hora, enquanto esperava tirei a fotografia que ilustra o post. As dores eram tantas, tantas que o médico decidiu fazer a conversa que todos os médicos fazem para entreterem os doentes. Disse, cheio de piada, então Martini, tem 25 anos o que faz?
A minha hesitação resultou na sua insistência.
Não me diga que anda por aí a passear e a torcer joelhos!
Pensou ele que a ausência da minha resposta se devia ao facto de estar a agonizar de dores por me estarem a enfaixar a perna.
Mas não, é que quando me perguntam a profissão tenho certas hesitações e acabo sempre por dizer a minha licenciatura, que não dá direito a profissão. E ele a pensar que tinha ali mais uma fiteira!
Agora recolho-me e vou curtir estas dores.

E hei-de escrever o portugal no seu melhor!




quarta-feira, 28 de maio de 2008

Desafio












O desafio chegou da Manhã, mas também já tinha sido lançado pelo Hucleberry Friend. Decidi finalmente aceder ao mesmo.

6 palavras que me definem:

feminino; música; imagem; mau feitio; palavras; (um bocadinho previsível, não?)

e agora 4 imagens: que surgem em cima; gostaria de ter feito outra composição, mas está complexa a minha relação com os programas de edição de imagem, hoje. 

Passo este desafio à I, ao Fred, à Mo (que não o vai fazer) e finalmente, ao Teixeira

terça-feira, 27 de maio de 2008

O que se vê em Marte #22



Cat Power @ Coliseu dos Recreios

Há muito tempo que esperava pelo momento de ver esta senhora subir ao palco do Coliseu dos Recreios.
Gostei muito deste concerto, muito intímo. Acho que o Coliseu foi uma sala grande demais para a voz desta senhora que me lembra espaços pequenos e introspectivos.
Que voz. Que presença!

Foto do Blitz (onde tem uma crítica muito boa)

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Imagens (literalmente) de Marte #4



«A NASA acaba de revelar novas e surpreendentes imagens de Marte, captadas com o recurso a potentes instrumentos científicos, nomeadamente o sistema High Resolution Imaging Science Experiment (HiRISE) existente na Mars Reconnaissance Orbiter (MRO). A missão está a revelar alguns dos mais excitantes pormenores da geografia do planeta Vermelho, que podem ajudar a desvendar o passado remoto do planeta e a possível existência de água.

Segundo os peritos do Jet Propulsion Laboratory da NASA, a análise das imagens recolhidas permite equacionar a existência de camadas de depósitos de gelo e pó, indiciando mesmo «variações dinâmicas do clima» no planeta, explicou um dos cientistas da agência espacial norte-americana, Scott Murchie.

Citado pela Reuters, outro dos investigadores envolvidos na missão, Richard Zurek, confidenciou que só agora «estamos a ver a nova Marte» , de tal forma que, recorrendo aos poderosos instrumentos científicos existentes na MRO, é possível comparar com «igual ou maior exactidão» a informação sobre o planeta Vermelho do que se «estivéssemos a sobrevoar a Terra num avião comercial» , sublinhou.

A MRO foi lançada para o espaço em 2005 e desde então tem desenvolvido um trabalho precioso a mapear a superfície de Marte, monitorizar a atmosfera e procurar qualquer evidência sobre a existência de gelo e água. A sonda está igualmente a analisar os melhores locais para a aterragem de uma futura missão que levará o primeiro Homem àquele planeta

Entre o dia 29 de Setembro até 6 de Outubro, os instrumentos científicos da sonda «localizaram dezenas de locais que reflectem diferentes episódios da história de Marte» . É possível que nos próximos dias sejam reveladas novas imagens de Marte como nunca antes foi visto.»

Fonte: Mundo PT

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Vizinhos: uma espécie em vias de extinção

Tenho uma vizinha muito simpática, cada vez que a vejo limita-se a dizer-me bom dia ou boa tarde. Sim porque há vizinhos que uma vez apanhados no elevador ou em qualquer outra parte pública do prédio decidem reflectir em voz alta sobre a metafísica do nada. Às vezes acho que não vivo neste prédio, nem tenho os vizinhos que tenho, tal é a surrealidade que lhes encontro. Há um que cada vez que o vejo pergunta-me pela escola; ele, na verdade, nunca me viu mais gorda mas decidiu que eu hei-de andar para sempre na escola. Questiono-me o que perguntará às crianças, como vai a creche? Já outro deve padecer de alguma fobia que só anda de elevador sozinho, dias houve em que ia entrar no elevador e o simpático senhor levantou uma mão proibindo a minha entrada. A primeira vizinha de quem falei, simpática sim, sempre que a encontro apetece-me inquiri-la. Mas não consigo porque a senhora realmente não deve gostar de socializar com os vizinhos. A questão é que a senhora vive por cima de mim e todo o santo dia de manhã arrasta móveis de madeira na cozinha. Já dei voltas à cabeça para tentar perceber porque o faz, mas nada com sentido me ocorre (enquanto escrevo este post esse mesmo som acontece). Não sei o que me irrita mais se esse som ensurdecedor todas as manhãs e sem explicação, se aquele que acontece com os vizinhos de baixo que durante a semana de madrugada chamam um ao outro, na versão feminina: meu rei leão, meu rei leão, meu rei leão, ou na versão masculina: minha jane, minha jane, minha jane.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Imagens de Marte #3




Por este andar, com a gasolina a aumentar semanalmente, vou ter uns novos melhores amigos...

segunda-feira, 19 de maio de 2008

A minha avó

A minha avó que tem quase 80 anos, tem os olhos cinzentos mais bonitos do mundo. Quando era pequena dizia-lhe que gostava de ter os olhos iguais aos dela. Surpreendida, fã dos meus lindos olhos, respondia, que disparate!
Há dias, com outros netos, falava de viagens e dos lugares fantásticos onde esteve, onde nós provavelmente nunca iremos. Por ocasião de ter uma filha e um genro em Nova Iorque remata a conversa dizendo: "Mas naquele continente nunca estive". A nossa indignação foi tanta que começámos a enumerar as prendas que na altura nos trouxe, os museus que visitou e dos quais falava com tanta admiração. Os netos acotovelavam-se na busca de memórias "A Vó foi com a T e esteve em casa dos filhos da T", "Foi ao Metropolitam e ao Guggenheim!". Não se lembra.

Esta manhã fui com a senhora minha avó ao banco, porque tem tantos números para decorar que se esqueceu do pin de um dos cartões de multibando. Diz que tem o pin do telemovel, o pin do cartão deste banco e do outro e que não tem cabeça para tudo. Já no banco veio dizer-me que tinha mais um cartão estragado, a máquina dizia que estava inválido. Fui entender a situação e percebi que aquela caixa era para cartões exclusivos do BPI e expliquei-lhe. 
A minha avó, uma professora rígida e cosmopolita para aquela época, deve achar que o mundo lhe ganhou a corrida e é tudo tão confuso que não entende as coisas. Sinto-a alheada e comprometida com o fim que secretamente aguarda com a esperança que venha rápido, indolor.

Ainda assim, continua a ter aquela postura impenetrável e apesar do alheamento ainda me surpreende. E depois do cartão, depois de andar muito até à caixa do supermecado e até ao carro pergunta-me se estou bem disposta. Respondo-lhe que sim. "Ah pareces-me triste hoje". 

O que se vê em Marte #21



O Festival de Glastonbury é um dos maiores do mundo. E quando se fala em "maior", tudo é realmente numa dimensão diferente do que acontece em Tugal.
Durante um fim-de-semana de Junho, desde há 30 anos, a localidade de Glastonbury é palco da maior concentração de excentricidade e boa música do mundo.

Olhar para um Festival fora de portas e pensar nos Festivais que se realizam por estas bandas é comparar o incomparavel. Todos os Festivais em Portugal têm uma grande máquina de marketing por trás, que os move e os arranca do mundo exclusivo ao qual eles deviam pertencer, a música. Em Glastonbury não se vêem marcas. Vê-se música e pessoas que queres passar um bom fim-de-semana. É bom ver estas coisas para abrir os olhos!

sábado, 17 de maio de 2008

mini-post #7 [ou incongruências da última semana]


Visivelmente encabulado, José Sócrates disse à Comunicação Social, sedenta de mais uma escandaleira, que os fumos no avião não iriam repetir-se...até porque vai deixar de fumar. Pergunto-me o que aconteceria se não deixasse de fumar. Alguém reparou no seu discurso? A sua forma enrolada de falar, como se ganhasse tempo, é tão caricata.

Ando parva com o novo anúncio a esse fantástico festival Rock in Rio. Então não é que tem uma música dos Cinematic Orchestra? Banda que obviamente não estará presente para os lados da Bela vista. Fazer um anúncio a este festival com uma música desta banda faz tanto sentido quanto por uma música Jazz a anunciar um Festival de Música Pimba na Lourinhã.

By the way... I'm back!


PS: eu não queria dizer nada, mas é possível que vá ao Rock in Rio espreitar a Amy Winehouse, se ela estiver em condições de actuar, o que até ao dia terei as mais sérias dúvidas.

sábado, 10 de maio de 2008

Estado de Marte #1

Por motivos alheios à actividade normal da sua autora, este blogue estará suspenso de sua regular actividade durante uma semana.

Até lá.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

O que se vê em Marte #20




Masurca Fogo - Pina Bausch @ CCB 7.05.

Este espectáculo foi criado há exactamente 10 anos em e para Lisboa. Não sei muito sobre a sua história, para além disto. Foi também utilizado no filme Habla con Ella de Pedro Almodovar.

O filme diz com o ínicio e o fim do espectáculo, ou seja ficam bem. Da mesma forma que diz com Lisboa. Os contrastes, o fado, com Alfredo Marceneiro e Amália e o jazz com KD Lang. Até tem para o ouvido mais incauto uma fantástica versão de Kraftwerk - The Model.

A dança contemporânea parece-me sempre como um motor de busca, onde podemos encontrar definições soltas, de interpretação livre do mundo moderno. 
Como qualquer outra expressão artística vejo a dança como mais interventiva e aberta a livres 
definições.
Gostei de Masurca Fogo, não só porque gosto de Dança, mas porque gosto de Lisboa e de cinema e 
música e tudo o resto. 

segunda-feira, 5 de maio de 2008

O que se ouve em Marte #8



Dead Combo - Putos a Roubar Maçãs, primeiro single do novo álbum Lusitânia Playboys. Ainda há quem diga que não se faz boa música em Portugal. Amanhã tocam no Lux às 22 horas.

Myspace da banda

sábado, 3 de maio de 2008

O que se vê em Marte #19



Há muitas coisas que posso dizer sobre o que este filme me causou. Mas o mais importante é que gostei muito.
Tem tudo: uma realização fora do comum e brilhante, imagens da América vista por um Chinês. Tem a Norah Jones desajeitada mas bonita (que bem que fica na tela, mesmo), tem o Jude Law (há quem diga que é o elo mais fraco deste filme, mas não acho, acho-o bom actor e também fica bem na tela); tem Natalie Portman e até tem Chan Marshal (Cat Power) que dá um bi-contributo: a música e a sua presença.
Wong Kar Wai tem uma forma invulgar de relatar o comum e tudo isso me agrada.
Provavelmente prepara-se para ser filme de culto or am I wrong?
Vejam, opinem!

Uma notazinha para a tristeza da tradução portuguesa: O Sabor do Amor.

O que se vê em Marte #18


Bes Photo.
Para um dos prémios mais prestigiantes no mundo da fotografia em Portugal, temo dizer que não me surpreendeu.