Esta tarde, depois de ter assistido ao Portugal no seu melhor numa bomba de gasolina, decidi que tinha um óptimo tema para o blogue, e como tal, era só chegar a casa e alinhar as palavras. Pior é que a chegada a casa ainda demorou umas horas, tendo um hospital como o maior empecilho para a conclusão do meu dia.
Caí no ginásio, curiosamente não foi a fazer exercício, mas a vestir-me. Escorreguei. Queda que poderia ser motivo de risota, caso não tivesse sido tão aparatosa. Em poucas palavras, o meu pé foi para um lado, o joelho para outro. Minutos depois de estar no chão senti o joelho a ir ao lugar.
Nestas coisas há sempre motivos de piada, claro. Tal como 60% das pessoas, neste caso, mulheres, estarem nuas a socorrem-me, fazendo elas próprias uma piada sobre isso. E uma vez chamado o INEM, vestiram-se à pressa não fossem os senhores entrar por ali a dentro. Piada!
Depois ter ingerido uns 4 pacotes de açucar continuava a sentir-me quase inconsciente, mas mantive sempre a postura, não chorei, e ainda consegui gozar com o senhor do INEM, que tinha uma dificuldade estranha em completar as palavras.
Na ambulância o trepidar da Rua de Pedroços até ao Hospital São Francisco Xavier criou-me o maior desconforto no joelho possível imaginário.
A aventura começa claro, no hospital. E essa sim, digna de nota.
Sair de uma ambulância é realmente qualquer coisa que se deve recordar para todo sempre, como se estivesse no pódios dos eleitos para a mulher do dia no hospital; desiludiram-se os mirones, que não havia sangue.
Não sei de onde vem a minha aversão a hospitais, acho que deve ser comum a muitas pessoas, mas sinto um tal desconforto num hospital que tudo me impressiona. É claro que não poderia visitar tão agradável recinto sem ter direito a tudo, desde um senhor com um enfarte, a uma criança com uma fractura exposta, até a uma médica a dar a notícia a uma senhora expectante e muito emocionada, que o marido tinha tido não só um avc, como uma grave infecção urinária.
E eu estava ali na maca só por causa do joelho.
O raio-x demorou a eternidade de meia hora, e a consulta com o médico que era giro que se farta outra meia hora, enquanto esperava tirei a fotografia que ilustra o post. As dores eram tantas, tantas que o médico decidiu fazer a conversa que todos os médicos fazem para entreterem os doentes. Disse, cheio de piada, então Martini, tem 25 anos o que faz?
A minha hesitação resultou na sua insistência.
Não me diga que anda por aí a passear e a torcer joelhos!
Pensou ele que a ausência da minha resposta se devia ao facto de estar a agonizar de dores por me estarem a enfaixar a perna.
Mas não, é que quando me perguntam a profissão tenho certas hesitações e acabo sempre por dizer a minha licenciatura, que não dá direito a profissão. E ele a pensar que tinha ali mais uma fiteira!
Agora recolho-me e vou curtir estas dores.
E hei-de escrever o portugal no seu melhor!
Pensou ele que a ausência da minha resposta se devia ao facto de estar a agonizar de dores por me estarem a enfaixar a perna.
Mas não, é que quando me perguntam a profissão tenho certas hesitações e acabo sempre por dizer a minha licenciatura, que não dá direito a profissão. E ele a pensar que tinha ali mais uma fiteira!
Agora recolho-me e vou curtir estas dores.
E hei-de escrever o portugal no seu melhor!