terça-feira, 30 de outubro de 2007

Temps D'Image

Começa hoje o Festival Temps D'Image, que decorre até ao dia 15 de Dezembro, com vários acontecimentos espalhados pela cidade (de Lisboa).
Já que a festa começa no Lux, porque não dar um salto até lá?!
Vou celebrar o facto de estar de FÉRIAS!

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

O que se vê em Marte #6 - There's Something About Brando: Doc Lisboa [Le Finale]



Para terminar a incursão anual mais intensa no mundo documental, vi Manufacturing Dissent: Uncovering Michael Moore.
Sinceramente não me aqueceu nem me arrefeceu, com excepção de alguns pormenores.
Que o rapaz não se rege pelas regras mais claras para atingir os seus objectivos: mostrar a sua verdade, já nós sabiamos. A questão é que a forma como o documentário está construído não é muito clara para mim. Não gostei da estrutura e da lógica que a jornalista seguiu e, no fim, penso que afinal usa os mesmos meios que critica em Moore. Subverte os próprios conceitos do realizador para conseguir o seu documentário, o que seria, com certeza, o seu objectivo, mas não me convence.
À noite, tarde para quem trabalha, alguns resistentes espalhavam-se pela sala do S.Jorge (não foi só a minha infância que me iludiu, a sala é mesmo grande), para ver Brando.
Tenho um fraquinho pelo Marlon há alguns anos, pelo menos desde que li uma biografia não autorizada do rapaz (são as mais interessantes), por isso mesmo queria confirmar alguns pormenores. E ver Brando. Ver Brando não cansa.
O filme é demasiado longo, mesmo para quem gosta de Brando. Fala exaustivamente sobre a maior parte dos filmes, sobre o seu génio (o homem era um artista pá!), sobre o célebre "método", que inflenciou gerações de actores que hoje em dia continuam a prestar-lhe sincera homenagem. É impressionante ver John Turturro, Al Pacino, Johnny Depp, Jane Fonda, Robert Duvall, entre outros, falarem sobre Brando.
Faltaram uns fios que gostaria de ter visto explorados, como a importância que tiveram os seus primeiros anos em NY, nos quais o convívio com a intelectualidade judaica da época foi determinante na formação artística de Brando. A sua relação com o realizador Elia Kazan, com quem fez uma série de filmes. E os anos 60 na vida cinematográfica de Brando (só falam com alguma incidência da Revolta na Bounty, se não estou em erro).
Mesmo assim, saí muito satisfeita!


AN ACTOR IS AT MOST A POET AND AT LEAST AN ENTERTAINER
Marlon Brando

domingo, 28 de outubro de 2007

Lomografia


A propósito disto fui ver isto aqui.
Trocado por miudezas, fui ver uma exposição de LOMO (o meu último grande capricho) a um espaço cultural que desconhecia: a Fábrica do Braço de Prata.
Depois de uma tentava frustrada porque a Fábrica estava fechada (4 da tarde de um sábado!), voltámos às 6h. Os portões de ferro fechados não convidavam outsiders a entrar, mas assim que chegou um pequeno carro comercial com uma afoita jovem lá dentro, tentando empurrar o pesado portão com a sua própria chapa automóvel, não tive dúvidas que mais convidativo não podia ser, já que aqui até se empurram portões com os próprios carros.
Contente não deve ter ficado a pessoa dentro do carro, uma vez que apanhou em flagrante delito dois comuns mortais a rir deste lado. É claro que mais tarde não fomos clientes do bar...
Tenho a dizer que me desolou conhecer um espaço tão interessante e tão mal aproveitado. Certo que circulavam por lá algumas pessoas (amigos dos que lá trabalham) e numa sala, uma senhora tocava piano para o vazio. Sorriu-me vagamente quando percebeu que a identifiquei.
O meu interesse era ver a Exposição Lomo Férias que está lá a um canto numa sala em toques de madeira de 1943! Havia ali um contraste ambíguo entre o antigo e o novo que até me agradou, ainda assim é um espaço mal aproveitado e degradado.
O meu capricho continua a ser querer uma Lomo!!! Mas qual?!

sábado, 27 de outubro de 2007

O que se vê em Marte #5 - «Hiatos Contemporâneos»

MALGRÉ NOUS, NOUS ÉTIONS LÁ, foi o meu "hiato contemporâneo" ontem, provavelmente entre as 9 e as 10 de uma forma mais intensa e, posteriormente, até à 1 da manhã pairando ideias na minha cabeça.
Não sei intelectualizar sobre o que vi, tão pouco pretendo.
Surgiram-me palavras como...
Orgânico.
Intimidade.
Fusão.
Corpo.
Palavras.
Música.
Mais tarde, no Bairro Alto, as pessoas quase que dançavam.
"A FORMA SEM IDEIA NÃO MUDA, ENVELHECE."
Gonçalo M. Tavares

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

O que me causa uma verdadeira neura?

A minha dor no braço que nenhum médico consegue descobrir de onde vem? Nãaaaao!

Os bilhetes do doc estarem esgotados, isso sim dá-me cá uma neura!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Um Video Por Dia...#5

O que acontece quando se fala ao telefone num concerto!



O que se vê em Marte #4 - Doc Lisboa [Cap. III]

Ontem no Doc. vi Elle S'apelle Sabine. O auditório estava completamente cheio; silencioso para ver um filme que à partida só poderia ser extremamente comovente: a vida da irmã da actriz e realizadora Sandrinne Bonnaire, diagnosticada com autismo e síndroma psico-infantil.
Durante algumas horas depois de ter saído da Culturgest pensei na sorte daqueles que têm saúde mental.
Perante isto, pouco menos do que um murro no estômago, daqueles sem som e muito impacto.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

O que se ouve em Marte #2

O novo dos Radiohead, claro está!

A História de Manel Canário, o Fadista de Xabregas de Baixo

Manel, um operário da fábrica de enlatados de Xabregas, engordou uns kilos desde 1987, quando desposou Natércia, eterna candidata a Miss Xabregas, perdendo injustamente nesse ano para a esfusiante Maria de Fátima. Sendo o seu nome constante nas listas de beldades Xabreguenses, não foi surpresa quando, finalmente em 1991 Natércia de Jesus ganhou, distintivamente, o dito concurso.
A cerveja ao fim da tarde, depois de sair da fábrica, o tremoço a ver o Benfica, as tardes de Sábado a ver jogos internacionais na Sport Tv, aumentaram o diâmetro do ventre de Manel ao ponto de resvalar por fora das calças e de não haver buracos no cinto que a suportasse. Ao olhar uma fotografia de 1991 com os seus compinchas pode reparar que na altura, todos mais novos e mais magros, o bigode era um adereço da moda, quanto maior e mais proeminente melhor. Hoje em dia, Manel é o único que continua a envergar, orgulhosamente, a sua bigodaça, não abdicando do manto peludo que tapa o lábio superior, caso contrário sentir-se-ia nú.
Manel Canário é um fadista nas horas vagas, escrevinhando uns poemas lá em casa, quando o tempo lhe permite. Nas noites de sexta-feira com o seu amigo Trovador, que toca viola, enchem as noites da Tasca do Zé Chaves com melodias e letras de sua autoria.
Na Tasca, entre os amigos, é conhecido pel'O Costa, não por este ser um dos seus apelidos, mas por ser muito parecido com um jovem que jogou no Xabregas Futebol Clube, tornando-se uma lenda dada a quantidade e facilidade com que marcava golos. O Costa é também muito conhecido em Xabregas pelo Fadista, pelo que se verifica a quantidade de alcunhas que tem.
20 anos depois do casamento com Natércia, Manel decidiu que este ano não se esqueceria de assinalar essa data tão marcante, apesar de nos anos anteriores o esquecimento ser mais constante do que gostaria de admitir. Encomendou uns rissóis à Maria de Fátima, pediu ao Zé Chaves para guardar a tasca só para os amigos, juntou alguma família e escrevinhou um poema para o Trovador musicar. Faz lá uma melodia bonita, é para a minha Natércia, este ano vai ser à séria!
No dia do acontecimento, ansioso, decidiu fingir que nada se passava. Trabalhou até às 5 na fábrica, hora a que ligou a Natércia a perguntar se não queria acompahá-lo à tasca do Chaves para comer uns tremoços e beber umas bejecas.

Ai filho tenho tanta roupa para passar!

Mas Natércia acedeu ao convite. Chegada à tasca do Chaves achou estranho ver um prato colorido com rissóis sorridentemente dispostos e sumo de laranja para acompanhar. Perguntou a Maria de Fátima se havia festa. Oh Comadre, então não?
O Costa já emocionado por ver tanta gente reunida para ouvir um fado inédito, sentou sua mulher na primeira plateia de cadeiras de plástico, perto do balcão onde o Chaves, de braços pendurados, aguardava ansiosamente o momento alto do final da tarde.
Natércia, querida, parece que foi Ontiontem de manhã!
Na parede, um pouco acima do lugar onde o Costa se posicionou para encher os pulmões de ar e começar a cantar, havia, pregado, um letreiro que dizia: Silêncio! Aqui canta-se o fado!

"Ontiontem de manhã
Era eu um homem cego
Ontiontem de manhã
Era eu jovem solteiro
Ontiontem de manhã
Vieste tu, luminosa
Ontiontem de manhã
Por ti me apaixonei perdidamente

Desculpa se não sei rimari
Só sei que parece que foi
Ontiontem de manhã

Ontiontem de manhã
Ontiontem de manhã
Ontiontem de manhã
Ontiontem de manhã

No altar te vi entrar
Ontiontem de manhã
O anel te pus no dedo anelar
Ontiontem de manhã

Ontiontem de manhã
Ontiontem de manhã"

As palmas não se fizeram esperar acompanhadas de Bravos e sorrisos espalhados pela tasca que estava apinhada Bravo, bravo!
Natércia emocionada, com a mala ao colo, procurando um lenço de papel para limpar uma lagrimita, ganhou coragem e disse Oh filho que bonito, mas sabes fizemos 20 anos de casados Antes de ontem!

domingo, 21 de outubro de 2007

Capricho da semana...

Arranjar uma template que me satisfaça...
Sugestões?

O que se vê em Marte...#3 - Doc. Lisboa [Cap. II]

On Hitler's Highway foi o segundo doc. que vi.
Muito crú. Muito mesmo!

O que se vê em Marte...#2 - Doc Lisboa [Cap. I]

Iniciei as festividades ontem com um documentário menos festivo: Convicções. É um bom título que pretende mostrar duas faces da mesma moeda, duas perspectivas, uma mais extremada do que a outra, penso eu (de que).

Se já tinha as minhas certezas, reforcei-as.
Claro está, cada um tem as suas convicções.
Continuo a achar que a Direita e a Igreja têm regras de um jogo muito preverso junto das pessoas, digamos, menos esclarecidas.
Acho que a Igreja não deve imiscuir-se com tanta intensidade neste tipo de questões, ou pelo menos, não influenciar as pessoas desta forma.
Achei de um mau gosto imenso a campanha do Não utilizar a música Tears in Heaven do Eric Clapton, com a ilustração de um bonito feto por trás e cantarem-na alegremente para uma plateia cheia de banderinhas do Não, "Pela Vida".

Houve um rapaz que disse o que penso, todos somos contra o Aborto. O Aborto deve ser a última escolha. Mas se há mulheres a escolherem-no porque não permitir que o façam em segurança?

Foi sempre este o meu argumento principal. E decidi, a certa altura, não discutir mais, já que as posições eram tão extremadas que iriamos todos entrar em conflito.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Diz que é uma espécie de postagem

A ideia era simples: fugir à monotonia do trabalho e assistir às gravações do programa Diz que é uma espécie de Magazine dos conhecidos Gato Fedorento. O local fica por revelar não vá a multidão que lê este blog (!) imiscuir-se nos assuntos "Fedorenticos" e resolver aparecer em futuras gravações (1 ponto para humor corrosivo do dia).

Na verdade não sou grande fã da rapaziada mas não vou negar que tem a sua piada ver o quarteto em acção, principalmente no que diz respeito às tropelias que fazem à margem das gravações propriamente ditas (Outro ponto, talvez para a confissão sincera do dia).

O cenário foi o seguinte, eu I e M. Um vidro a separar-nos, do lado de lá os Gatos e figurantes super fashion e super giras, tudo muito; do lado de cá eu com uma maçã na mão e I com um vaso de flores amarelas ao colo. Quem passasse poderia, com toda a liberdade, pensar que seríamos fãs incondicionais do programa, com posters de Ricardo Araújo Pereira nas paredes do quarto e com comentários ao pé da boca do género:"Zé Diogo se emagrecesses uns kgs ficavas um mimo" ou "Ricardo dá-me a tua camisola". Mas não.

Até que nos assomou algum bom senso e decidimos guardar a planta, deitar os resquícios de maçã fora e tomar um café na rua.
Com a dose de cafeína necessária para aguentar mais umas duas horas, voltámos ao local do crime. Eu e I, desportivas, sentámo-nos, por minha sugestão, no chão. Aquela alcatifa convidativa faz-me olhar para aquele tecto, que me parece quase metálico. Adiante.
M., com a sua saia, sempre impecável, decidiu, também por minha sarcástica sugestão, ir buscar uma cadeira. Daí fizemos a nossa tribuna vip. M. acima, quase real, nós cá em baixo, quase plebeias!
No fim ainda houve tempo para os autógrafos personalizados com um toque fedorento, claro está.

Um dia perguntaram-me qual seria a pessoa a quem eu pediria um autografo. Eu cá continuo sem ter resposta.

Há coisas que me fazem pensar que até gostei de trabalhar "aqui" durante os últimos 9 meses e se calhar até vou ter saudades. Quanto mais não seja por fugir a estas rotinas.

1º Palpite Sudoeste 2008

Os Radiohead começam uma digressão mundial em Maio. Significa Verão intenso de concertos. Será que não calha bem passarem na Herdade da Casa Branca?
Isto porque eu ainda tenho esperança no Sudoeste. Sim!

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Viagens na Maionese #2

Hoje viajamos até Bagdad, curioso explorar esta cidade de cima. Destroem-se pré-conceitos. Quem disse que não era civilizada? Tem tons de terra o que me fascina para aqueles lados. Costumo associar tons e cores às cidades e lugares, por exemplo, NY é azul. Médio-oriente é terra. Árida. Seca (será um pré-conceito?)

Gostava de ler este livro. Será alguma coisa de jeito?
(Quando é que mo emprestas?:)

Um Vídeo por Dia...#4

Aqui está a prova de como a música pode ter a mesma base e no entanto ser muito diversificada. Muito interessante!



Intenções

Agora sinto que estou a começar. Outra vez.
Quero falar de cultura.
E de música. E de música. E de música.
Cinema.
E livros.
E sensações.
Talvez imagens. E olhares.
Tenho motivações. Resta-me saber se respeito as vontades.
O pior é sentir-me insuficiente. Sempre.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

O que se ouve em Marte #1




The Cinematic Orchestra - a tal electrónica subtil, jazzie.
The Dining Rooms - italianos electrónicos, muito diversificados!

Dia mundial de qualquer coisa...

Há "verdades" que são para mim qualquer coisa de inabalável. Tem a ver com a definição que temos de nós próprios. Apesar de parecer contraditório, vou questionando-as.
Há duas coisas que gosto na vida, a imagem e o som, e se pensarmos bem nestas duas simples palavras, delas advêm tantas outras.

A imagem está relacionada com os olhos, os meus apesar de serem míopes, sistematizam cada uma e mais outras...e armazenam; é por isso que atravesso a passadeira mais rápido, para ficar com a máquina fotográfica e captar essas imagens que ficam para a posteridade. Pode ter a ver com outras "verdades", como a liderança, ou ainda outras que desconheço.
Gosto de fotografia, mas gostava de perceber mais. As imagens fazem-me ver ângulos invulgares, olhar para cima incessantemente e pensar que devia andar sempre com a máquina. Não aprendo! Gosto de estéticas e absorvo-as à velocidade que os olhos a recebem, é qualquer coisa maquinal.

O som faz muito mais parte das nossas vidas do que por vezes imaginamos. Está em todo o lado, nas palavras e nos silêncios. E principalmente na música. Gosto das palavras, do som que algumas têm. Penso-as, ouço-lhes o som, separo-as por sílabas.
Tenho uma palavra preferida nos dias que correm: FU-SÃO, tem um som maravilhoso. E para além do som, carrega um significado que me é caro.
E penso música ao sabor das palavras e dos momentos e sobre ela sistematizo mais tarde.

Há dias foi o Dia Mundial da Música, devia haver um Dia Mundial da Imagem, ou um Dia Mundial de Todos Nós, ou então não havia pura e simplesmente dias mundiais, há por aí muitas "classes" e muitas "verdades" indignadas por não terem o seu próprio dia.
Hoje é o Dia Mundial da Alimentação. Não tenho muito para falar de alimentação, a nao ser que, na verdade, gosto de me alimentar! E o dia de hoje serviu-me o propósito de um "post", apesar de não ter rigorosamente nada a ver com a "celebração", mas com todos os meus dias.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Texto introdutório de qualquer coisa

Nas linhas do comboio que observo de um ponto privilegiado, edito a linha do meu pensamento, por vezes redundante, outras apenas confessional. E essa linha conduz à estação que devo sair, onde as pessoas pegam em canetas e papeis e formalizam as letras que dançam no pensamento. Das linhas vejo também o rio, a água e a ponte, que, inevitavelmente, é uma passagem, para onde já se sabe. Eu não quero passar, quero ficar aqui e explorar tudo quanto há.
A linha define o que preciso. Escrever como o ar. Apenas isso.
Talvez presunção...pouco mais que isso.